quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

Cinquenta tons de Rosa



        Duas horas da madrugada . Terminei o primeiro livro de uma seqüência famosa, o tão falado “Cinqüenta tons de cinza” .  Me encontro em um estado emocional confuso. Como um livro pode mexer tanto com a gente?  E mexe mesmo, sentia muito isso com os livros do Paulo Coelho, na minha época de ensino médio, mas a sensação e diferente. O contexto e diferente. Me identifiquei com a protagonista e senti saudade, até certa tristeza.  Sim, por que era eu, foi, algum dia, eu.
 “Ah, mas todas nós mulheres identificamos, é um desejo viver uma historia ou aventura, assim.” Mas não estou aqui para falar de todas, afinal. Não sendo egoísta, escrevo para  mim, e  infelizmente me senti velha. Talvez seja por esse motivo a tristeza. “Quem não gostaria de estar sentindo essa sensação de novo não é mesmo?” Saudade da angustia das escolhas,  haviam escolhas, do frio na barriga, do poder, e grandes expectativas .

Acabo de ler a ultima frase e me vejo chorando, como sou boba, e em 2 segundos depois devorando o primeiro capítulo do segundo livro da seqüência.  É maravilhoso lê-lo, a concentração leva a viver aquilo, imaginando-se, sentindo.  Mas ai as palavras se embaralham, ou já é tarde, alguém te chama ou simplesmente você cai na real. Não sou mais eu.

Outro dia comentamos, em uma reunião com amigos, o que esperávamos da nossa vida e o que somos e fazemos hoje.  E sempre é o mesmo, estamos em um mundo diferente. Refletindo só sobre tudo isso, lembrei-me de como eu realmente me via...e isso me lembrou o livro,  na minha imaginação de anos atrás me via em um  futuro como, um pouco, a Srta Steele.  Tudo uma ficção que na realidade gostaria que fosse meio real.

Foi, em partes, durante um tempo. Quem sabe não é por isso que me sinto tão velha. Ao mesmo tempo tão jovem para já estar me lamentando e me sentindo sufocada com meus pensamentos, anseios e desejos.  O que eu vivi?  Daqui a pouco tenho 24 e aí 30 e o que vivi?   E assim, na mistura de ficção e realidade me encontro com receios de que a seqüência acabe como eu me sinto agora. Por que o inicio é tão maravilhoso e não dá para ser continuado?  As batidas no percurso influenciam o fim. 

Não gosto desse tipo de confusão, não é do tipo saudável e de escolhas, é ruim, é incerto. O que haveria reservado o destino, se as escolhas tivessem sido diferentes? Não é culpa de uma história irreal, e sim da realidade.  Resta continuar minha seqüência que foge a essa realidade e  leva ao mundo dos sonhos e desejos, nem que seja por minutos, páginas. Que seja! São fantasias.


sexta-feira, 1 de agosto de 2014

Mudanças no meu comportamento

   Distancia louca de mim mesmo
   Vontade de sentir o passado
   Presente pra você. 
                           (Ira)


    Parte de mim, não me conheço mais tanto, não sei do que quero, ou gostaria, Medo. Também não sei explicar esse medo, não sei se é bem um medo, mas um tipo de receio do futuro, que reflete muita coisa do passado e presente. Perdi a confiança, as vontades, justificam-se pelo ano, que até agora tive ou que passou, não justifico assim. 
  Ainda não consegui enxergar de outras formas, talvez hipnose ajude, ou não. O fato é que tudo me incomoda, não tenho quarto, não tenho paciência, não tenho animo, não me tenho, e sinto que perco os outros. Mas as vezes quero perder mesmo, por não acreditar. 
   Acreditar, queria sentir de novo e acreditar, e só estou ficando confusa. Dei nota 4, talvez 5, a minha felicidade, não se pode comparar com o passado, mas a um passado presente, eu, com M, fui muito feliz e olha que topava com o chão do ônibus quase todos os dias (rs), mas sim. Não consigo descrever sobre minha felicidade, me sinto melhor, poucas vezes, quando faço algo que realmente gostaria. Acontece pouco, ou algo logo me tira da sintonia. E nada tem mais o mesmo gosto, a mesma vontade, o mesmo calor.
    
   

quinta-feira, 1 de maio de 2014

Não é culpa das estrelas.

    7 dias depois de sair do centro cirúrgico estou aqui cheia de esperanças, positiva e feliz, apesar dos momentos de insegurança e incertezas, ainda, mas estou.
   De repente internação, remédios, e será que tudo isso realmente vai acontecer? Angustias e depressão, de novo a pergunta do motivo de eu ter de passar por tudo aquilo? Sem resposta. Apenas tenho que passar. E quem sabe não seja isso mesmo, temos que passar, sem razão precisa acontecer. 
   23, por falar em passar, mais uma vez, o tempo se mostra audaciosamente presente e nos faz surpresas. Quando vemos estamos olhando para nosso reflexo sabendo que no segundo seguinte ele estará diferente. 
    9 horas aguardando dentro do centro cirúrgico me fez pensar, queria ter levado papel e caneta para anotações, na verdade,  não dava pra anotar todas as sensações, pensamentos e sentimentos. Parecia uma despedida, como que se quando eu saísse da cirurgia eu não seria mais a Paula, ou essa Paula, ou aquela. E ai respira fundo e o tempo para. Acorda e, depois de morrer,  percebe que não parou, nem retrocedeu, apenas passou e você continua sendo a mesma. 
    Como me lembrei da Tia Tatá, "seja bom com as pessoas, pois quando precisar elas serão boas com você" e eu vivi suas palavras e seus dias, na UTI.
     A vontade que esteja sendo o fim de um ciclo é o que move a tentativa de ser mais feliz e tenta sufocar as dores, os assombros e medos.  Ainda tento não esperar ou planejar pois tudo acontece porque tem que acontecer, sem a gente querer, e só me resta aguardar.


Sou grata pela ajuda de algumas pessoas passarem isso comigo, quando se está nesses momentos confirma quanta falta elas fazem, e por ter anjos sempre por perto. 


terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Vai tarde.

     Dois mil e treze. Enquanto todos comemoram eu escrevo. Como nos últimos anos talvez eu chore a meia noite, talvez não.  Um ano que vai tarde, começou difícil e terminou ainda mais. Hospitais e mais hospitais, problemas e mais problemas e de onde eu achava que ia tudo bem me veio a dor mais profunda. "Ah, mais é a vida" NÃO! Não é a vida, não tem que ser assim e por que insiste em ser?
     Na verdade os momentos ruins e difíceis sobressaem aos bons. Não é culpa minha, só estou exausta. Tudo poderia ser um pouquinho mais fácil, as pessoas poderiam colaborar com as coisas, eu também, mas estou exausta. Será que a "vida" está também? 
    E dois mil e quatorze? Não espero nada, não planejo nada, nem sei se estarei viva até lá.   2013 foi bom o suficiente para esfregar na minha cara que não se deve esperar nada de ninguém, não se deve confiar em tudo e nada, o que vê, sente e até mesmo em você, não se deve acreditar nos outros, nas pessoas, no que quer que seja. Acabará sempre sozinho (porque quer? Acho que não), poderia estar sendo mais otimista como a maioria, mas seria falso. Enfim não foi um ano bom, me transformou em quem escreve agora. 

 Vai tarde meu filho...

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Páginas de um diário perdido

       Quando tinha 6 ou 7 anos ganhei um diário, mas só comecei a escrever nele em 2005. Escrevia diariamente e com o passar do tempo foi sendo por semana, mês e ano. Expectativas para o próximo ano junto ao balanço do que passou, aniversário, mudanças. Guarda amores, humores, acontecimentos, sentimentos, lamentos, cartas, papel de bombom, etiqueta de um presente que marcou.
       Ontem ao sentir que deveria registrar o que acontece, vi que a ultima vez que escrevi foi há quase 1 ano, quanta coisa se passou, não escrevi no ano novo, não escrevi no meu aniversário, não escrevi. Talvez tenha dado mais atenção ao blog e feito dele meu diário, talvez não.
  2012. Término e inicio de um ciclo. Ano que termina e inicia com lagrimas, uma paixão que se foi e outra que retornara do passado. Dúvidas e perguntas ao tempo, a mim.
 02/2012 Carnaval confuso e animado por conhecer alguém novo, por medo de abandonar o passado de vez. Uma escolha e fim ou inicio. De tudo uma tatuagem.."Queria encontrar respostas para tudo".
04/2012 Consequências da escolha, inicio, namoro e seus detalhes, ansiedade, aniversário e a descoberta, felicidade. "Talvez seja isso, um seja utilizado para dar valor ao outro, ao agora. Bom gostar de quem gosta da gente, de verdade, demonstra, valoriza."
11/12 Paixão, construção de um amor. A escrita que mostra a angustia de uma mudança de saúde, mas feliz, amada e esperançosa "Tudo volte a ser como antes."

 2013. Folhas em branco, não se sabe o que escrever, por onde começar. As perguntas para o tempo e para mim não foram respondidas, ou foram, mas agora retornam. Não existe resposta para tudo. O tempo, ou destino (se existe algum) pode estar certo quanto aos valores, mas talvez eles tenham mudado. Tudo nunca volta a ser como antes, mas há uma possibilidade de cura, melhora, se aceitar e acreditar nessa possibilidade. E escrevi, quase no fim mas escrevi, 2013 não deveria passar em branco, afinal deixou marcas tanto quanto 2012, e não terminou.. os dias nuncas são iguais, nem os dias, nem os objetivos. Ainda faço minhas expectativas, temos pouco tempo..  não, temos muito tempo.

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Não sei sobre a vida
Não sei o que penso, acho
Não sei o que faço

Sei que tudo pode ser mais fácil
As amizades de facebook
As fotos de instagran
As conversas de whattsapp
Curtidas interessadas facilitam o desejo, a intenção

Mas fácil também se vão
o amor
a fidelidade
o respeito
a emoção

Canetas que não escrevem
digitam risos e prazeres momentâneos
O que prevalece?
a memória do vivido pessoalmente, intensamente
do beijo conquistado, roubado
aquilo milimetricamente pensado
em favor do romântico objetivo.

Ante, não nos esqueçamos
de quem realmente somos
na integralidade da alma
bondosos antes de sermos corrompidos

Valorizemos o presente
a presença
a confiança
a dedicação
e tudo aquilo que foi conquistado

Assim, apenas, podemos seguir
Reconhecendo o perdão
pensando no viver, juntos
no morrer, de rir
no sofrer, de saudade
no chorar, de felicidade.
26/09/2013, 02:18 am.
Sentimentos que não tem rede.
P.C.G.Rosa

sábado, 14 de setembro de 2013

Não mais os mesmos.

     Culpo os meses, culpo a mim, culpo a doença, culpo os dias, culpamos as circunstancias. Nada é verdade, na realidade, no fim, consideramos as mesmas coisas. É difícil entender o que leva a fazer isso. É difícil entender que a "redoma de vidro" ou o "conto de fadas" foi quebrado, violado, por um de nós, por nós.
      Como não pensar? Como agir? O que fazer? não tenho respostas e espero as suas respostas para aquilo que não foi pronunciado, mais pensado e falado de forma implícita por nós dois.
     Por que jogou tudo pro alto, tão facilmente, se deixou levar. Poderia ter sido mais sincero, querer viver a vida só não doeria tanto.  Antes tivesse se mostrado quem realmente é. Antes eu tivesse enxergado quem realmente estava ali, dentro, aguardando para me matar com seu veneno..silencioso, dolorido, lento.  Agido ou reagido no inicio. Antes e antes. E agora o depois?

Sinto enjoos, dores que não sei de onde vêm, não sinto nada e sinto tudo.
 "A vida é curta" "Tem que ser vivida" Pois viva, mas para isso não é necessário machucar pessoas. Meu coração mais uma vez se transforma em troféu.
     Sei que aprendemos a amar, mais eu nunca consegui desamar. Será o teste para prova da possibilidade?
     Fecho os olhos e quero que tudo volte a ser como antes, feliz. É engraçado como mais uma vez percebo que um dia pode mudar todo o nosso futuro, a vida. Só tinha esperanças de ser feliz.
    "O que não te mata, te fortalece." Espero que o que mata, também fortaleça.






Ps: Para não esquecer, ler, refletir, deixo guardado para mim palavras minhas e outras importantes.
http://www.desocupadaeamae.com.br/2013/09/03/voce-perdoaria-uma-traicao/#comment-15201